sábado, 4 de fevereiro de 2012

Limites de um servo - Pr. Wagner Amaral

http://prwagner.wordpress.com/
Há duas contrastantes realidades que fazem parte da vida da maioria dos que servem ao Senhor. De um lado, canseira; enfado; dúvidas; impossibilidade física; incapacidade técnica, moral, e espiritual. Quem, em algum momento, já não pensou em desistir? Aquela impressão terrível de que por mais que se faça nada parece resolver. O mal não retrocede; os problemas não param de chegar; as pessoas não mudam; e a sensação de incapacidade aumenta. Já percebeu que de vez em quando surge um artigo, ou carta, de um líder espiritual, revelando toda sua insatisfação e desânimo? O drama é o de lidar com a afirmação de Cristo: Quem tem posto a mão no arado, não pode mais olhar para trás.
É incrível o contraste desta realidade para com a do início da vida cristã, ou mesmo com a do ministério. Por exemplo, quando o novato pastor assume (na maior parte das vezes, completamente sozinho) tem a sensação de que tudo se resolverá (da maneira como gostaria). Tudo bem que o sorriso juvenil se dá mais pela conquista da formação do que pelo entendimento do “alegre” ministério que terá; mas, embeleza o rosto, e até anima aos demais. A convicção é a de que nada o fará retroceder; afinal, tudo pode naquele que o fortalece!
Tais realidades revelam o limite de todo servo. Limite alicerçado em sua própria natureza. A aconselhável postura é a de viver equilibradamente, olhando para o Senhor; para não ser atingido pelo orgulho, ou pelo desânimo. A reflexão a ser feita é a seguinte: Por que cantamos, oramos e lemos a Bíblia? Por que nos reunimos semanalmente em comunidade? Por que dedicamos tempo e esforço em projetos, juntos? Por que somos fiéis nas contribuições financeiras? Por quê? Para quê? Já pensou nisso? Já refletiu na possibilidade de participar de todo esse processo chamado igreja, pela simples razão de ter nascido dentro dele? Ou, pela razão de ter sido convencido por amizade, ou necessidade, ou até mesmo pela falta de outros objetivos?
A equilibrante convicção a se ter é a de que o que fazemos é por Ele (Deus). Tanto pela ideia de ser o responsável direto por isso quanto pela ideia de agirmos em seu nome, pensando nEle. O que fazemos é para Ele. Objetivamos servi-lo. O fim se encontra nEle. Esta deve ser a razão absoluta de nosso proceder. Simplesmente adorá-lo, independentemente dos resultados. Esta deve ser a única motivação em nosso ser: Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as cousas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém. Romanos 11.36.
Crescemos e envelhecemos tornando tudo impessoal no que diz respeito a Deus: No discurso para os filhos Deus é substituído por comunidade eclesiástica, o que é carregado por toda a vida. Nas conversas joviais Deus é também substituído por agitação, rapazes e moças atraentes, entretenimento, esporte e lazer. Para os que se sentem chamados, Deus é substituído por vocação, talento e dons. De maneira geral Deus é substituído pela vontade própria do homem, pelo gosto musical, pelo padrão da igreja, pela solenidade ou irreverência, pela concordância ou discordância de pontos administrativos, ou teológicos.
Não é o tempo, nem as coisas, nem tampouco a comunidade (com seus variados tipos) que faz o crente, que transforma vidas, que gera maturidade e abnegação; mas sim Deus. Não é a alegria e a espontaneidade, nem a fisionomia fechada e a introspecção que transforma alguém a imagem de Deus; mas sim a ação particular, íntima e discreta de Deus em nós, por meio de seu Espírito consolador e educador. Não é a experiência do homem que se acha vivido que traz conforto e sabedoria; mas sim a experiência da realidade de Deus no homem simples, humilde, pecador.
Assim, não podemos resolver tudo como desejamos, pois dependemos de sua determinação. E isto não deveria nos frustrar; pois, o que fazemos, o fazemos da melhor forma possível pelo Senhor, e para o Senhor, como manifestação de nossa adoração.
Os limites de todo servo exaltam o poder do Senhor. E, lidar equilibradamente com esses limites, na dependência do Espírito, sem a pretensão de ser Deus edifica tanto a vida do servo como a dos que convivem com ele.
Simplesmente, adore ao Senhor!

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